À frente

Tem uma cena em “O Príncipe Dragão” que com frequência aparece na minha cabeça, uma cena que tem um significado pertinente para mim. Nela, Callum, Rayla, Ezran e Zym acabaram de escapar da Cláudia e do Soren, e os triunfantes fugitivos seguem seu caminho montados em uma grande fênix da lua, do reino de Xadia. Callum mantém seu olhar para baixo, olhando para Cláudia e Soren, não podendo crer que eles — seus amigos de infância — tinham o traído. Rayla percebe tal descontentamento e — numa tentativa de animar o amigo — faz ele olhar para a frente, literalmente. Isso porque, na frente de Callum, — e de Rayla — Ezran estava segurando o pequeno filhote de dragão, Zym, que estava batendo suas asinhas em meio à ventania em que se encontravam. E era a coisinha mais linda e mais fofa de se ver, o Ez contente pelo Zym, que estava sentindo o gostinho de como seria voar e se divertindo com isso, nos braços do Ez que ele tanto ama. E Callum sorri, ele deixa de olhar para trás e passa a admirar o que está em sua frente.

Essa cena é importante para mim, porque ela me significa muita coisa. Na minha interpretação, quando Callum passa a olhar para a frente ele percebe a grandiosidade do que está bem alí, diante dos seus olhos, ele percebe que isso é muito mais valioso do que o que ele estava olhando antes. E não é sobre invalidar o que ele sentiu sobre o que passou, mas sim sobre acolher o que está por vir, à frente. É sobre seguir, não ignorando ou esquecendo o passado, mas sim vivendo o presente. 

Afinal, por que não perceber as coisas boas as quais estamos cercados? 

Por que não acolher e dar a devida importância para o momento presente? 

Vale a pena remoer o passado e ficar preso nele, ou ele serve mais como experiência e oportunidade de aprendizado?

Vale a pena ficar repisando em terrenos que você já pisou, ao invés de prestar atenção no terreno em que você está pisando agora?

Esses questionamentos surgem em minha mente quando me lembro dessa cena, e eles me ajudam muito, com essas reflexões eu consigo pensar com maior clareza e me orientar para qual caminho devo seguir.

Por isso ela tem um significado importante para mim, ela naturalmente surge quando, como Callum, fico triste olhando para trás. Quando me encontro nessa posição e essa cena e suas reflexões me aparecem, eu sinto quase como se a Rayla estivesse me guiando, assim como fez com o Callum, e ela me relembra que, na verdade, devo olhar para o que está bem aqui, na minha frente.

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